12º ENPJ: Eixo reflexão - Utópico-Revolucionário
Fala-se muito de utopia. Mas
ela parece fugir quando a desesperança ameaça. Entretanto, o chamado do Mestre
depois dos sofrimentos de Jerusalém é encorajador. Por isso as mulheres ―saíram
depressa do sepulcro, com temor, mas cheias de alegria‖ (Mt 28,8). Não há medo
maior que a alegria de saber que Jesus Libertador caminha ao lado de quem
compartilha de seu Projeto de Reino.
Rio Branco/AC acolhe o
Encontro Nacional da Pastoral da Juventude em um momento histórico e
desafiador. O Brasil vivencia golpes seguidos à democracia, à soberania popular
e os pobres, mais uma vez, são os que mais sofrem. Há motivos que fazem
lacrimejar quem tanto lutou pela vida e direitos das Juventudes: o avanço da
pauta da redução da maioridade penal, o aumento progressivo da violência e do
extermínio da juventude negra, o golpe na democracia, a imposição de uma agenda
neoliberal por meio da destruição dos direitos trabalhistas e previdenciários e
o desmanche do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE).
Porém, os desafios
encontrados na Jerusalém de hoje não são um fim em si mesmos. As marcas do
anúncio do Reino ficaram. Estão impressas em sangue na mão que não cansa de
gritar o eco da Campanha Nacional contra a Violência e Extermínio de Jovens:
ela deixou seu legado. Estão em cada grupo de base que discute o referencial
utópico da Civilização do Amor. Estão no coração e na mobilização dos e das
jovens que participam de conselhos, movimentos e coletivos pelo Brasil.
O Encontro Nacional quer
ecoar esse grito. É um momento que urge a reafirmação das opções feitas
historicamente. E uma demanda especial contempla essa necessidade: o lançamento
da campanha para enfrentamento dos ciclos de violência (simbólica, psicológica,
financeira, doméstica, sexual e midiática) contra as mulheres. A Campanha vai
ressoar muitas lutas necessárias. O sopro do Espírito, que propiciou o
nascimento dessa prioridade, segue inspirando o discipulado das Juventudes que querem
―ter voz, ter vez, lugar.
O ENPJ bebe no referencial
utópico-revolucionário com os pés fincados no chão. A festa do ―Bem-Viver‖ é
festa de uma luta necessária e urgente. A PJ se reinventa no pós-Jerusalém e
bebe, novamente, das Galileias. Elas inspiram a esperança necessária para
seguir em frente. O Reino já se faz no meio das Juventudes, ainda que as
―forças do poder opressor‖ insistam em tentar desanimar. A partir do Acre, onde
tanto sangue de luta fez brotar Seiva de Vida, a PJ reverencia os mártires da
Amazônia, aprende com os povos tradicionais indígenas, faz memória da herança
africana que corre no sangue e celebra junto aos povos da América Latina para
dizer: Jesus Cristo é Revolucionário e nós queremos e vamos, com Ele, fazer
essa Revolução de Amor.
Leituras Complementares: Síntese do doc. Civilização Amor: Projeto e
Missão – CELAM. Acesse aqui:
https://docs.google.com/file/d/0ByGTiXuN5H6RSWZBYzVIaXZYSG8/edit